Oficina em Valente resgata história para impulsionar um futuro agroecológico

8

Foi instigando entre os participantes suas memórias de vida em comunidade que teve início a Oficina de Construção da Linha do Tempo de Valente. A atividade ocorreu na última sexta-feira (18/10), na Casa da Cultura de Valente e teve um público de cerca de 40 pessoas, entre agricultores/as, lideranças comunitárias, mulheres, jovens, representantes de organizações sociais, do poder público local, professores e da equipe técnica da Fundação APAEB.

A Oficina permitiu identificar coletivamente marcos que moldam a história de Valente, que impactam a vida da comunidade e dialogar sobre a trajetória dos sistemas alimentares do município.  A ação faz parte do Projeto “Cultivando Futuros: transição agroecológica justa em sistemas alimentares do semiárido brasileiro”, executado localmente pela Fundação APAEB, com realização da AS-PTA, Brot fur de Welt e Rede ATER Nordeste de Agroecologia com financiamento do Ministério Federal da Alimentação e da Agricultura da Alemanha (BMEL, na sigla em alemão).

Durante a oficina, os participantes se dividiram em dois grupos, abordando quatro períodos históricos para refletir sobre questões relacionadas ao desenvolvimento agrícola e não agrícola, tipos de agroecossistemas, meio ambiente, estrutura agrária, agricultura familiar, cultura, religiosidade, mercados, infraestrutura, políticas públicas e desafios de cada época. Essas reflexões foram compartilhadas em uma plenária, onde novas informações foram adicionadas e mais discussões realizadas.

A presidenta do Conselho de Educação de Valente, Maura Miranda, ressaltou a relevância do trabalho coletivo e elogiou a metodologia aplicada na oficina de construção da linha do tempo de Valente, que contou com a participação de representantes de diversos segmentos sociais. “A iniciativa possibilitou revisitar o passado do município e reconstruir sua história sob múltiplas perspectivas, gerando uma produção rica e legítima a partir das narrativas orais daqueles que vivenciaram direta ou indiretamente os acontecimentos”, afirmou Maura.

A oficina destacou conquistas importantes da comunidade, como a organização social, o surgimento de empreendimentos locais, o acesso a políticas públicas e as mudanças no modo de vida, especialmente no que diz respeito à produção e consumo de alimentos. A próxima etapa do projeto será o “Fórum Multiatores”, previsto para novembro, onde será discutida a sistematização das informações levantadas e a construção de uma agenda prioritária para a ação política.

Além da Fundação APAEB, outras 3 organizações da Bahia estão desenvolvendo ações do Projeto Cultivando Futuros, junto com organizações dos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, todas articuladas a Rede ATER Nordeste de Agroecologia.