Histórico

No início da década de 90, lideranças da sociedade civil e dirigentes da Associação APAEB chegaram à conclusão de que era preciso adotar medidas de combate à manipulação dos poderes político e econômico que eram promovidos pelos meios de comunicação convencionais da região.

Assim, em 21 de agosto de 1992, foi criada a Fundação Educadora de Desenvolvimento da Região Sisaleira, buscando obter a concessão para uma Rádio e uma TV Educativas, que apoiassem os movimentos sociais da região e estivessem a serviço do desenvolvimento sustentável, com uma gestão democrática e de interesse coletivo.

Esse movimento enfrentou dificuldade e resistência, mas, no ano de 1998, registrou-se uma conquista da comunidade que veio através das lutas e dos objetivos da Fundação Educadora – o funcionamento da Rádio Comunitária Valente FM que, mesmo tendo uma diretoria independente para facilitar o seu processo de outorga, fortaleceu a luta da Fundação e de outras organizações por melhorias sociais.

Em 2005, a Associação APAEB, após atravessar por grandes dificuldades financeiras e institucionais, provocadas pela crise mundial e pelos efeitos da globalização, adotou a estratégia de dividir a administração de suas ações, buscando fortalecer seus projetos produtivos e transferindo para a Fundação a responsabilidade da gestão e execução dos projetos e atividades sociais daquela Associação, tornando-se instituidora da nova Fundação.

Em 2007, com a necessidade de se adequar para cumprir os novos desafios, a Fundação Educadora promoveu algumas mudanças nos estatutos, transformando-se na Fundação APAEB. A partir de julho de 2007, a Fundação Educadora de Desenvolvimento da Região Sisaleira passou a se chamar Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira – Fundação APAEB e o primeiro projeto que executou, foi aprovado naquele mesmo ano para construir 146 cisternas comunitárias em alguns municípios.

Entre 2008 e 2010, a Fundação colocou em execução diversos projetos nas áreas de Assessoria Técnica e Extensão Rural, Cultura, Inclusão Digital, Formação para a Convivência com o Semiárido, Formação e Assessoria para grupos de produção, recuperação da lavoura do sisal e outras. Esses projetos contribuíram para o desenvolvimento das famílias e de suas unidades produtivas bem como para fortalecer a identidade e a autonomia da Fundação APAEB nos territórios onde ela atua, qualificando sua equipe de trabalho, melhorando sua infraestrutura e possibilitando o desenvolvimento de estratégias de comunicação e marketing institucional que evidenciam sua identidade junto aos parceiros e a comunidade.

Em 2011, com quase 5 anos executando ações que fizeram parte da história de sua maior instituidora, a Fundação APAEB conseguiu apoiar o maior número de famílias e identificar outros grupos de produção nos municípios onde ela atuou. Foi um ano de afirmação de compromissos com os parceiros e de renovação de propostas, de organização das ações dos projetos em curso, criando expectativas de que os anos seguintes de sua luta serão ainda mais promissores. A parceria com o MDA possibilitou o atendimento a 900 famílias de Itiúba, Nordestina, Queimadas e Santaluz com os serviços de ATER, dentro da perspectiva da Transição Agroecológica, da Segurança Alimentar e Nutricional e da Organização Social.

Os anos de 2012 e 2014, foram marcados pela parceria com a SUAF (Superintendência da Agricultura Familiar)/ Governo do Estado da Bahia, com três projetos de ATER que atendeu a 1.400 (mil e quatrocentas) famílias. Foi firmado também um convênio com a UNISOL Brasil para estruturação de uma Base de Serviços de Comercialização no Território do Sisal, visando apoiar a organização produtiva e o acesso ao mercado para empreendimentos da agricultura familiar em 09 municípios do território. Esse projeto que ainda está em curso, conta com apoio financeiro do MDA.

Em 2014 a 2016 a entidade atuou com o apoio do Ministério de Desenvolvimento Agrário, a execução de dois projetos de ATER, através do Programa Brasil Sem Miséria-PBSM, atendendo 3 (três) mil famílias nos municípios de Itiúba, Cansanção, Queimadas, Quijingue e Santaluz. Além do Projeto de Apropriação de Mulheres Empreendedoras, com apoio da Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda-SETRE/ Governo do Estado da Bahia, atendendo 21 empreendimentos econômicos solidários, culminando numa rede local de economia solidária a Rede Ponto Nosso.

Outra atividade de extrema importância para os trabalhos da ATER é o desenvolvimento de tecnologias de convivência com o semiárido que são utilizados para incrementar a produção no campo, criando assim, estratégias apropriadas para a produção com base agroecológica e de geração de renda para a unidade de produção familiar.

De 2010 a 2016 a Fundação Apaeb dedicou uma parte de sua equipe para o desenvolvimento da metodologia Escalada Empreendedora com os grupos de produção, que contribuiu para um importante desenvolvimento nos processos de autogestão, bem como a comercialização da produção através do PAA, PNAE, etc.

Para garantir uma contribuição mais consubstanciada na mudança do cenário ambiental da região, a entidade possui um Viveiro de Mudas, batizado como “O Caatingueiro”, que produz e distribui mudas de plantas forrageiras adaptadas e nativas, além de frutíferas e ornamentais (que geram sombra). Sua maior contribuição é na recomposição da caatinga, o que chamamos de recaatingamento. Além disto, produz alimentação animal com plantas da caatinga que possam ser utilizadas pelas unidades produtivas familiares para baixar o custo com a produção animal.

Através da Casa da Cultura são desenvolvidas ações de fortalecimento da cultura popular e projetos que possibilitam a inclusão social e digital e todas as idades. Telelcentro, laboratório multimídia (TV e rádio), sala de música, Ponto de Leitura, laboratório Metareciclagem, Auditório/Cinema com capacidade para 400 pessoas sentadas, salão de exposições, Sala Verde, etc – são atividades desenvolvidas pela a equipe da Casa da Cultura, que foi também a primeira Casa Brasil do Brasil.

A Fundação Apaeb também tem ações voltadas para a formação nas diversas áreas do conhecimento, além de propiciar as formações nas comunidades rurais através dos projetos de ATER, também possui um Centro de Aprendizagem e Intercâmbio de Saberes-CAIS, que tem o propósito de contribuir na construção do conhecimento, criando uma sinergia do saber popular com o saber científico, o que possibilita a consolidação de alternativas de melhor convivência com o semiárido.

Nos últimos anos, a Fundação APAEB vem atuando em espaços coletivos de controle social e de proposição de políticas pública e de criação de estratégias de promoção do desenvolvimento para agricultura familiar, no território e região. Atualmente, esta instituição se fez representar nos seguintes conselhos:

  • Conselho M. de Educação de Valente;
  • Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Valente;
  • Conselho Municipal dos Direitos da Mulher;
  • Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável de Valente;
  • Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional – COMSEA;
  • Conselho Municipal da Alimentação Escolar-CMAE;
  • PLATER – Plano Municipal de ATER nos municípios de atuação;
  • Conselho Regional de Desenvolvimento Rural Sustentável da Região Sisaleira do Estado da Bahia – CODES SISAL.

Além desses conselhos, a Fundação APAEB garante sua participação em Fóruns e Redes se fez representar nas seguintes articulações:

  • Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga – CERBCAAT;
  • Fórum Baiano da Agricultura Familiar;
  • Rede Assessoria Técnica e Extensão Rural do Nordeste – REDE ATER NE; Rede Parceiros da Terra – REPARTE;
  • Articulação de Agroecologia da Bahia – AABA;
  • Fórum Baiano da Agricultura Familiar-FBAF e outros movimentos da Economia Solidária.